08 março 2014

Alicerces de areia

Acontece. Acontece todos os dias, e está presente na história da humanidade:
Por vezes construímos sonhos, idealizamos um futuro e planeamos inúmeros acontecimentos que queremos viver, mas acima de tudo partilhar com essa mesma pessoa. E essa pessoa demora a chegar, passamos muitas vezes anos de espera, aguardando a sua chegada. Desenhamos o mundo à nossa maneira e inventamos um possível futuro. E pela primeira vez somos nós mesmos sem medo, e baixamos todas as defesas e entrega-mo-nos de corpo e alma. Inocentemente, acreditamos que nada pode fazer tremer os pilares que dia a dia têm sido construídos: não existe nada nem ninguém que destrua tal magia. Há sempre um dia em que, pela primeira vez, nos encontramos com o amor, e amamos, amamos sem medida.
O pior é, contudo, quando nos enganamos nessa mesma pessoa. E por melhor que tenham sido os momentos vividos, chega sempre o dia em que acordamos para a vida real, aquele dia em que todas as divergências se mostram mais fortes que esse suposto amor. Afinal, quando se ama deixamos de ser o 'eu' para ser o 'nós'. O dia em que percebemos que nunca foi amor que recebemos. De facto existiram trilhos que se cruzaram, mas se realmente tivesse sido amor mútuo, esses caminhos ter-se-ião unido até à eternidade. E dói olhar o espelho do passado e ver tantas, tantas mentiras. E chega a consciência que amámos em vão, e que somos nada para o outro alguém.
E foi assim que aconteceu.
Amanhã começa um novo capítulo, que espero desta vez ter um final feliz, com alicerces construídos em aço.


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