26 novembro 2012

O horizonte



«Para nós o longe é perto.

O nosso horizonte 
É o céu unido ao mar.
Amar é a partida 
De um sonho sem chegada
Voar nas asas do vento
E subir ao infinito.
Não há fronteiras que separem.»

O outro mundo

Todos temos maneiras de ser, uns mais teimosos, outros mais compreensivos, outros mais expressivos, ou tímidos; temos opiniões próprias sobre os mais diversos assuntos; sabemos chamar à razão os nossos amigos, apontar-lhes defeitos ou até mesmo dizer que não deveriam ter agido assim. E por muito que tentemos melhorar, há marcas humanas que nos levam sempre a cometer os mesmo erros. Diz-se muito 'serei sempre assim'. Mas serás sempre?

Um dia, ele vai entrar na tua vida. Podes estar no café, no cinema, ou simplesmente estares a falar com os teus amigos. E não vale a pena perguntares-te porque é que ele apareceu ali naquele momento; apareceu porque era assim que tinha de ser. E o mais irónico, é que não vais dar conta da sua chegada. Vais agir sendo tu própria, como sempre foste, continuando a fazer umas macacadas ou birrinhas; afinal, aquele é o teu núcleo de amigos. Vão-se passando horas, dias, meses, e ele vai começando a fazer parte do grupo, e da tua vida. Não há espaço para momentos a sós, mas vais conhecendo-lo melhor pelas mais diversas histórias contadas. Até ao dia em que deixas de ir ao café pelo grupo, mas sim porque precisas de ouvir a voz dele. E aí, começas a dizer para ti própria que tens que te afastar. Mas há sempre algo não te deixa resistir. Porque ele é aquela pessoa que ... por mais que tentes, não consegues explicar. Gostava de te puder contar a ti como ele é, mas não tenho palavras que consigam expressar. E não te consigo sequer explicar que sentimentos estou a sentir ao redigir isto, é como se tivesse tanto para dizer, mas não existissem letras que conseguissem delinear uma palavra que chegasse. Gosto da presença tímida dele, onde os olhares comunicam mais que qualquer palavra; é como se estivesse a analisar  tudo o que se está a passar. Mas mais que isso, quando estamos a 'parvalhar', gosto da forma delicada como quando levanta a cabeça para me olhar nos olhos, quando uso a desculpa da brincadeira para lhe agarrar as mãos. Gosto das vezes em que não sabe como se dirigir a mim, e vem sorrateiramente fazer-me cócegas; e rimo-nos porque por detrás disso, e sem ninguém se aperceber, estamos próximos, e sinto o seu perfume. Gosto da forma atrapalhada como reage quando vou a correr e o abraço, apenas porque preciso de o sentir junto de mim. Gosto de te pedir um beijinho de manhã e antes de dormir, só para me demorar a trocar olhares demorados junto ao teu rosto. E são todas estas coisas que o fazem diferente de qualquer outra pessoa, que me fazem querer abraçá-lo a todo o momento, só para me sentir em casa.

E é nesta altura que digo, que por ele, já deixei muitas vezes o meu orgulho de lado, só para puder disfrutar destes momentos mais um pedacinho. E começas a agir como muitas das tuas amigas, que tanto criticavas, só para teres a certeza que ele não vai embora. Principalmente, começas a olhar o mundo com outros olhos.
E nunca percebes quando nem como é que ele conseguiu mudar a tua vida, e tornar-te uma pessoa melhor.

Depois disto, continuas a achar que o amor é deste mundo?