27 novembro 2014

Are you coming to the tree?



"Where I told you to run,
So we'd both be free.
Strange things did happen here
No stranger would it be
If we met at midnight
In the hanging tree."

10 maio 2014

A busca

“Procuro o homem certo, nada mais do que o homem certo, e recuso os errados, e não sei o que faço aqui, talvez haja esperança, talvez acredite que há esperança, talvez acredite, muito ao fundo do que sinto, que pode ser aqui, onde só há fumo e drogas e álcool, que encontro a pessoa, a pessoa que procuro, a pessoa que sei que vou encontrar, que quero saber que vou encontrar, a pessoa para além dos sexos, para além das cores, para além do toque, da pele, dos olhos, a pessoa para além das pessoas, procuro uma pessoa que não existe mas nem isso me vai inibir de a encontrar."

de Pedro Chagas Freitas

09 março 2014

O livro

Habituaste-me, desde os primeiros olhares, à tua presença constante na minha vida. E, num sopro fugaz deixaste-me nos dias que passaram, e hoje sobra-me nada. Nada, sim, porque tu sempre significaste tudo, mais do que algum dia possas vir a compreender. E ainda só se passaram dois dias, onde as horas passam ao ritmo de meses. Não me peças para ser indiferente a todas as pétalas caídas no chão do quarto, que guardam memórias, as nossas memórias. Nesses tempos eu acreditei que daí em diante nada mais seria meu, mas nosso E desejei, cegamente, que crescêssemos juntos e construíssemos a nossa história todos os dias. Esta história porém nunca chegou a ser escrita por ambos; escreveste apenas no meu livro, e deixaste marcas, cicatrizes que dificilmente sararão. Ao reler essas mesmas páginas voo novamente nas asas da esperança disfarçada de ilusão. A dor chega quando nas páginas ainda em branco, tu não estás presente, nem pela vontade de um dia voltar a estar. Magoa-me a indiferença e a facilidade com que me apagaste da tua vida; fui apenas só mais um brinquedo nas tuas mãos, quando tu para mim significaste a razão de viver. Fizeste-me renascer para a vida. Lamento que o orgulho e as diferenças entre nós tenham tido mais força que o teu amor por mim. Tenho saudades tuas; não me ensinaste a viver sem ti.

08 março 2014

Alicerces de areia

Acontece. Acontece todos os dias, e está presente na história da humanidade:
Por vezes construímos sonhos, idealizamos um futuro e planeamos inúmeros acontecimentos que queremos viver, mas acima de tudo partilhar com essa mesma pessoa. E essa pessoa demora a chegar, passamos muitas vezes anos de espera, aguardando a sua chegada. Desenhamos o mundo à nossa maneira e inventamos um possível futuro. E pela primeira vez somos nós mesmos sem medo, e baixamos todas as defesas e entrega-mo-nos de corpo e alma. Inocentemente, acreditamos que nada pode fazer tremer os pilares que dia a dia têm sido construídos: não existe nada nem ninguém que destrua tal magia. Há sempre um dia em que, pela primeira vez, nos encontramos com o amor, e amamos, amamos sem medida.
O pior é, contudo, quando nos enganamos nessa mesma pessoa. E por melhor que tenham sido os momentos vividos, chega sempre o dia em que acordamos para a vida real, aquele dia em que todas as divergências se mostram mais fortes que esse suposto amor. Afinal, quando se ama deixamos de ser o 'eu' para ser o 'nós'. O dia em que percebemos que nunca foi amor que recebemos. De facto existiram trilhos que se cruzaram, mas se realmente tivesse sido amor mútuo, esses caminhos ter-se-ião unido até à eternidade. E dói olhar o espelho do passado e ver tantas, tantas mentiras. E chega a consciência que amámos em vão, e que somos nada para o outro alguém.
E foi assim que aconteceu.
Amanhã começa um novo capítulo, que espero desta vez ter um final feliz, com alicerces construídos em aço.