03 julho 2010

Areia


Quando era criança, gostava de brincar aos príncipes e às princesas, naqueles contos de fada em que qualquer um, na sua mais pura inocência, acredita que um dia se irão tornar realidade. Constroiem-se sonhos no ar da mesma maneira que são construídos os castelos de areia à beira mar; e como uma onda a bater, há acontecimentos que nos fazem cair, e não à volta a dar, tal como é impossível reconstruir o mesmo castelo com os mesmos grãos de areia.
A vida, que parece tão complexa, é no fim de contas, um jogo vicioso. As cartas estão lançadas antes mesmo de respirarmos, somos obrigados a jogar, e desistir é batota, onde os mais fracos não aguentam. Arrisca-se, ganhamos ou perdemos. O que há de difícil de compreender? Nada.
No entanto, nós, como seres humanos tão pequenos, temos sentimentos, o que nos torna vulneráveis às coisas mais simples da vida. Esses sim, são a arma poderosa, aquela que move todo o jogo: o amor ou o ódio. São estes que nos fazem sofrer; contudo, são também estes que nos fazem mover. E por mais que me digam, por mais que aconteça, eu não acredito, é impossível tornar-me naquilo que imaginava quando era pequena. Os sonhos têm lugar na infância, e apenas lá; não são ridículos, nada disso, são esperanças, que mesmo inalcançáveis, nos fazem viver e acreditar que o amanhã será melhor que o hoje, e eternamente continuaremos, correndo para o infinito, à espera que o jogo termine. Começa e acaba sempre, para todos da mesma maneira, portanto se tiveres sucesso ou não não importa.
Não me perguntem porque, é assim porque há coisas que estão destinadas a ser assim, e ponto final.

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